Freud e a cocaína

Sigmund Freud, o fundador da psicanálise, teve uma relação conturbada com a cocaína. Ele inicialmente acreditava que a droga poderia ter propriedades medicinais úteis, mas acabou se tornando viciado e teve que lutar para superar seu hábito.

Freud começou a estudar os efeitos da cocaína em 1884 e rapidamente se tornou um defensor entusiasmado da droga. Em uma carta escrita em 1884 para sua noiva, Martha Bernays, ele escreveu que a cocaína é "um presente de Deus" e que ele a considerava uma "maravilha" que poderia ser usada para tratar uma variedade de doenças.

Freud usou a cocaína para tratar de sua própria depressão, enxaquecas e problemas gastrointestinais. Ele também prescreveu a droga para seus pacientes, muitos dos quais ficaram viciados como resultado.

No entanto, em 1895, Freud começou a perceber os efeitos negativos da cocaína em sua própria vida. Ele escreveu uma carta para seu amigo Wilhelm Fliess, onde confessou que estava tendo dificuldade em dormir, estava se sentindo deprimido e tinha problemas de concentração. Ele acreditava que esses sintomas eram causados ​​pela cocaína.

Freud finalmente decidiu abandonar a droga e, em 1896, escreveu um artigo chamado "Sobre a Cocaína" para alertar outros sobre os perigos da droga. Ele descreveu sua própria experiência com a cocaína e afirmou que a droga não tinha valor terapêutico e era extremamente viciante.

Embora Freud tenha reconhecido os perigos da cocaína, sua experiência com a droga influenciou sua teoria da psicanálise. Ele acreditava que a cocaína era um exemplo de como o desejo inconsciente pode levar a comportamentos destrutivos. Ele também usou a experiência de sua própria luta contra o vício em cocaína como um exemplo de como os pacientes podem superar seus próprios problemas psicológicos.

Referências:

- Freud, S. (1895). Letter from Freud to Fliess, October 29, 1895. The Complete Letters of Sigmund Freud to Wilhelm Fliess, 1887-1904, 208-210.

- Freud, S. (1896). Über Coca. Wiener medizinische Presse, 37, 755-756.

- Freud, S. (1917). Introduction to psychoanalysis: Lectures for child analysts and teachers. W. W. Norton & Company.